Eu sei que essa discussão acerca da crucificação da transsexual Viviany Beleboni já deu o que tinha que dar, mas não custa lembrar das vezes que a cruz foi utilizada em um videoclipe e ninguém se ofendeu tanto quanto o ocorrido na ultima parada gay de São Paulo. Apenas quando a Madonna lançou o mega-ultra-hiper-polemico clipe de “Like A Prayer“, tenha sido a única vez que uma artista causaria tanto reboliço por mexer com símbolos religiosos. No caso, a cantora beija um santo negro (se não bastasse ser um santo,tinha que ser negro) e dança em frente a cruzes pegando fogo. O mundo parou para ver aquilo. Hoje, Madonna não assusta nem uma garotinha. Mas não podemos negar que ela foi o pontapé inicial para muitos outros videoclipes com ideias provocativas que brincavam com a imagem da cruz.
Abaixo listamos cinco clipes que causaram certo incomodo por brincar com o simbolo máximo da religião católica, mas que não chocaram tanto quanto a imagem da transsexual em plena avenida paulista.
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Em 1994, Mark Romanek dirigiu o forte “Closer“, um clipe incrível do Nine Inch Nails que mexia com temas fortes como religião, sexualidade, crueldade contra animais, política e terror. Foi um tanto controverso devido ao seu imaginário, que incluiu um coração sem corpo pulsa em uma cadeira, uma mulher nua careca com uma máscara de crucifixo e um macaco amarrado a uma cruz, em uma das cenas mais assustadoras de todos os tempos.
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Em “Alejandro”, um dos piores clipes da Lady Gaga, a cantora parece engolindo um crucifixo vestida de “freira” e encena um estupro. A direção de Steven Klein e os passos de dança da Gaga estão maravilhosos!
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Os australianos do BELPHEGOR foram muito longe e exibiram uma freira nua com corpse paint se esfregando na cruz, no videoclipe “Lucifer Incestus“. Houve polêmica? Não muito.
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Marilyn Manson usou o símbolo cristão no videoclipe de “Coma White” e quase ninguém se ofendeu. Mesmo assim, o clipe foi proibido de ser transmitido em muitos canais de TV.
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O diretor, ator e músico Adanowsky cria uma relação sexual bela e repugnante ao mesmo tempo. A co-estrela deste videoclipe é a pornstar de 28 anos, Stoya, famosa no ramo pornográfico. O vídeo traça uma relação ardente entre dois amantes em um ambiente surreal com direito a voyeurs asiáticas, diamantes de gelo, crucifixos em lugares impensáveis. Apesar de conter imagens chocantes, o clipe passou despercebido pela grande mídia.
BONUS:
Aqui temos uma exceção. Em 1994, Nas não apenas causaria polêmica, mas também queria mostrar suas opiniões (não apenas na religião, mas também como homem negro e vitima do racismo), provocar o pensamento e tocar corações com “Hate Me Now” ainda considerado um dos vídeos mais impactantes já exibidos na MTV. A encenação da crucificação é magnificamente apresentado, bem interpretada pelo elenco (especialmente o rapper no papel de Cristo) e muito tocante. Na época, “Hate” ocupou muito mais espaço na imprensa do que qualquer outro clipe em anos e inspirou muitos outros artistas.
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