Às vezes até a própria tecnologia criada pelo o homem exagera um pouco com o preceito do conforto e facilidades de acesso. Esse videoclipe demostra de forma muito bem humorada, o limite do homem sedentário pelas suas próprias coisas ao se redor. É Impossível não ficar preguiçoso vendo esse clipe, confrontando ao som bem contagiante do grupo X-Press 2.
Nesse caso, por mais que seja caseiro a situação vivida pelo protagonista obeso, é muito difícil não observar até quando o ser humano está se tornando gradativamente sedentário pelas próprias iinvenções. Verdade seja dita, a narrativa não só apenas relata sobre o rapaz que não consegue sair de seu sofá, como também nos faz refletir sobre a grande dependência que vivemos e cada dia mais, abdicamos em ao menos se levantar – e o pior – ao menos caminhar um pouco. Caso esteja com preguiça de continuar a ler este texto, eu te convido a se tornar mais um estereótipo com características iguais a esse personagem. São muitas as situações de bizarrice que estão camufladas esteticamente nas imagens.
A fotografia em tons pastéis mostram os aspectos sujos e esverdeados, e com isso, aproveita uma luz natural da típica casa interage no ritmo do deep house que ambienta muito bem a comodidade das situações (sem esforço) do nosso preguiçoso. Tudo no amanhecer! O dia chega e a cena mostra o banheiro do rapaz com vários tubos e fios conectados externamente no chão. A câmera caminhará até uma mangueirinha urinária, interligando a privada até a outra ponta, quando o moço estará depositando em um filtro hospitalar sentado no sofá. São tantos os maquinários que estamos fardados a desacreditar na façanha do nosso amigo.
O legal do clipe é que utiliza elementos simples, com estrutura de engenharia básica como mecânica, hidráulica, sucção, elétrica e automação. Nesse último requisito, simplesmente um carrinho de controle remoto vira um garçom para entregar o seu café matinal. Tudo bem cronometrado nas articulações dos objetos que estão fazendo o trabalho “fácil” do humano. Tanto para lavar o rosto, o cabelo, enquanto prepara a comida, ele não sai do sofá. – Fico com a sensação de viver em mundo desses em breve.
Adivinha o tempo dele de descanso? É claro, no conforto do sofá. Mudando os canais da TV incessantemente, que por sinal, aparece uma parte do clipe “Ya Mama” do DJ Fatboy Slim. Algo bem monótono quando não há nada interessante passando na TV, em um dia de manhã (tirando o videoclipe do Fatboy Slim, que ele ignorou completamente).
É quase um mundo cenestésico, não há diálogos e poucas expressões feitas pelo personagem. Na verdade são leves sorrisos e poucas piscares de olhos até quando ele deixa de se tornar obsoleto, graças ao problema do carrinho motorizado, que no meio do caminho para a sala, decide quebrar a poucos metros do sofá. O gordão se esforça sem sair do maldito acento. Até que cai e não se levanta. Como todo sofá é amigo do dono, caiu junto com ele uma barra de chocolate. E ele Preferiu uma barra de chocolate velho do que o prato de comida! -É como assinar a clausura da morte. Época em que só os faraós tinham esse privilégio de sentar e ver a decadência da civilização aproximando.
Surgidos nos anos 90, o grupo ganhou o estatuo de “mainstream” depois da parceria com o cantor dos Talkings Heads, David Byrne por volta de 2000. Nessa época o álbum Muzikizum cujo single foi um dos mais tocados na Europa naquela ocasião. Até hoje são reverenciados nas praias de Ibiza. Porém, o histórico do grupo não faz questão de chamar a atenção da massa e até hoje eles apresentam em festas underground por toda Inglaterra junto com a dupla Leftfield. Atualmente os membros permanentes são os DJs Rocky e Diesel, na época da produção, o Dj Ashley Beedle juntou-se ao trio. A saída de Ashley, em 2012,está relacionada aos desgastes das viagens e o cansaço de lançar sons novos para o grupo. Resolveu fazer “carreira solo” – Preguiça! [LINK]
Diretor: Howard Shur | Ano: 2002