Os Chemical Brothers eram eletrônica até o último big beat (batidão), mas no fundo, não passavam de dois bizarros hippies fazendo psicodélica para a geração raver. A década de 90 viu surgir um movimento batizado de Acid House. Elementos eletrônicos, misturados com rock e muito Ecstasy (e até mesmo hip-hop) faziam parte dessa mistura louca e a dupla estourou no mundo todo com o eletrizante álbum “Dig your own hole”. Repleto de sons estridentes e alucinantes capazes de levantar estádios e levar multidões à loucura – claro, depois de terem ingerido muitas “pílulas do amor”.
O terceiro álbum trouxe “Let Forever Be” um hit com samplers dos Beatles (“Tomorrow Never Knows”) e vocais de Noel gallaguer (que também é co-autor) acompanhado de um surpreendente videoclip dirigido pelo genial Michel Gondry, uma escolha perfeita.
Gondry se inspirou no musical Starmaker de Ray Davies, do Kinks e nas coreografias de Busby Berkeley para dar brilho às imaginações de uma jovem mulher, perdida em seus próprios sonhos (ou pesadelos) que começam no despertar do relógio e seguem durante o dia, acompanhando sua “rotina” alucinante por uma realidade paralela do qual ela não consegue escapar (e muito menos ter controle).
Gondry utilizou efeitos especiais de cinema inovadores que resultaram em imagens geométricas intrigantes, mas, ao mesmo tempo, alucinantes, para nos mostrar um pouco da atmosfera mágica e hedonista das raves, aquelas festas populares nos anos 90 que não terminavam nunca. As imagens duplicadas também são uma alusão aos efeitos do ecstasy, a droga que representou para a geração raver dos anos 90 o mesmo que o LSD para os Hippies dos anos 60.
Um videoclip inesquecível que recebeu muita atenção da mídia e se tornou um dos mais populares da banda.
Diretor: Michel Gondry | Ano: 1999
Pingback: 0176. The Chemical Brothers | Hey Boy, Hey Girl | 1001 videoclips para ver antes de morrer()