O Culture Club havia chamado a atenção do público logo no primeiro álbum, com uma sonoridade diferente, batizada de New Romantic, (onde teve no Duran Duran, Human League e Ultravox os seus melhores representantes). Porém o maior destaque da banda era, sem dúvida alguma o seu vocalista Boy George.
O percussor das Drag Queens, costumava usar maquiagens pesadas e um visual andrógino e original. Chocou a sociedade norte-americana que o acusavam de incentivar a garotada ao homossexualismo. Quem não se lembra do cantor dançando e cantando com sua voz suave em centenas de videoclips que empestavam a programação da MTV? Em 1984, o grupo lança seu melhor álbum, Colour by Numbers e seu hit mais famoso: “Karma Chameleon”, uma canção grudenta de letra simples e melodia contagiante que foi sucesso instantâneo, chegando aos primeiros lugares das paradas norte-americanas e inglesas e tornando o Culture Club uma sensação adolescente.
O videoclipe para esta música foi filmado no ano de 1983 e tornou-se tão clássico quanto a própria musica. Um bom exemplo de musica inseparável do videoclipe.
A principal característica é a interação entre pessoas brancas e negras sem nenhum pudor, já que a história se passa em uma época de racismo na Mississípi do século 17.
Além disso, todos os personagens usam roupas espalhafatosas, principalmente George, o que chama mais atenção.
O roteiro é bem simples: enquanto esperam por um barco para um passeio pelo rio Mississípi, um larápio se encarrega de roubar pertences dos distraídos que sem querer, acabam descobrindo a identidade do verdadeiro ladrão.
O Culture Club cresceu num tempo em que o homossexualismo ainda era tabu entre os artistas. Na verdade, o cantor, com seu visual exótico, inspirado, como ele mesmo falou, em David Bowie, teve que enfrentar a sociedade norte americana, que repugnava seu comportamento andrógino. Porem, a banda virou febre. No auge do sucesso, os jovens se vestiam e se maquiavam de Boy George, basta acompanhar o show live in Sydney, na Austrália. Além disso, George venceu o preconceito e quebrou barreiras na MTV. Nunca houve na história da emissora um personagem tão diferente dos padrões da época, tão popular entre os jovens e tão exibido na televisão.
Hoje a imagem do vocalista está apagada devido a escândalos que abalaram sua fama, mas é inevitável falar dos anos 80 sem lembrar dessa figura excêntrica que marcou uma geração e seu videoclipe, pioneiro na androginia, deixou sua marca em um dos melhores momentos dos anos 80.
O videoclip foi dirigido por Steve Barron, que também dirigiu os maravilhosos “Take On Me” do A-ha, “Billie Jean” do Michael Jackson e “Burning Up” da Madonna.
Direção: Steven Barron | Ano: 1984