A mobilidade e a expansão da comunicação se tornam uma poderosa arma combatente do declínio do eixo urbano. Um cenário caótico onde as artes se tornam a fonte para nos admirarem, nos prenderem e reivindicarem aos incolores o poder para as multidões. Nessa inconstante fúria das massas, a banda Incubus informaliza o descontentamento do povo diante de um poder de encargos ditatoriais.
No videoclipe, demostra as formas animadas com a decoupage que o trás os efeitos com imagens que soam alucinatórias. Os tons de sombras são subsistidos por gradações em tons claros, fazendo com que as cenas da banda intercalem com toda essa evolução urbana que fora desenvolvida nos conformes do sistema. O natural dos galhos espinhosos (em 3D) se transformam em arames farpados e tornam-se grandes arranha-céus, prédios virtuosos e monumentos rudimentares. Com um único propósito de se agregar às massas e controlando por várias manobras para o poder das grandes corporações.
Deixam-nos convictos das multidões insatisfeitas pelo passado e insensíveis, opacas e sem o brilho para enfrentarem verdadeiros tiranos em cabeças de formato de animais. Um estilo aderido por recortes de fotos, frames de documentários antigos, um trabalho primoroso da diretora canadense Floria Sigismondi que inova sobre o debate desses megalomaníacos e toda a sua forma de corrupção que a gente está cansada de ver em nossa história.
-Alguns aspectos técnicos que valem a pena, é a sensação que a película está sempre pulando , dando um efeito sutil de algo antigo e precário.
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É revigorante e ao mesmo tempo delicado salientar como as massas de pessoas animadas, possam atacar o mega corporativismo, os grupos fascistas, o fascínio do petróleo e no final, até aos fanáticos puritanos. A cena marcante (que logo se torna um verdadeiro estopim) é quando a bomba de gasolina do tirano começa a jogar o óleo na multidão, enquanto o político se transforma numa águia que ataca as pessoas, as quais viraram peixes que depois de sofrerem uma mutação, se tornaram “piranhas carnívoras” e dilaceram as pernas da grande “Águia”. Um verdadeiro exemplo de metalinguagem da queda do império e o “Pax- Americano” dos EUA.
Sem contar desde o início, com o personagem mau. Adolph Hittler, com suas asas biônicas, mesclado com fotos recortados, para dar um efeito de Stop- Motions. Um verdadeiro dançarino de ballet, hipnotizando o público e outrora a família pálida que bebem e consomem todas as formas da comunicação controlada por intermédio do estado ditatorial.
Uma referencia na fotografia, consistia em intercalar as cores frias. Quando a banda está caindo nos prédios com suas asas negras, remete a um filme alemão chamado “Asas Dos Desejos” de Wim Wenders, de 1987. Simbolizando toda essa forma melancólica dos divinos da banda e pedindo para as suas preces que sejam atendidas o quanto antes do que irão presenciar. Com a toda agressividade do som mesclando com a arte contemporânea e surrealista nos dias atuais.
O videoclipe foi lançado nos dias próximos que culminaram nas invasões americanas ao Iraque. Muitos pensaram que a proposta do vídeo era de criticar as decisões exercitadas do governo Bush, (tendo uma imagem similar do presidente no clipe), algo que foi totalmente negado pela banda. Sem dúvida foi uma boa revigorada da banda. A música esta na primeira faixa no álbum chamado “A Crow Left of the Murder…” de 2004. Chegando a 2° posição ao top 200 da Billboard na primeira semana que foi lançado o disco. Desde então, o álbum já vendeu a marca de 1.9 milhões de cópias.
Direção: Floria Sigismondi | Ano: 2004