A estética é o maior aliado da publicidade, e isso a gente não questiona. As modelos que exibem seus trajes formosos com a única tendência de exibir os produtos sumérios masculinos. Lindas e sinuosas nas câmeras com o simples intuito de nos hipnotizar de forma promiscua e prazerosa, ao som eletrônico do DJ. Benny Benassi. Os anúncios apelativos que imprimem as nossas supostas “satisfações” e terminam sempre por nos convencer a comprar algo.
Na filosofia tem um esclarecimento que o sujeito tem o prazer de olhar as coisas e também nos corpos de a quem o agrada. Podendo se tornar uma variante do voyeurismo que induz ao ato sexual. – Calma… Irei explicar. A ideia do videoclipe é nos levarem ao sentido da visão a outro patamar. E não quer dizer que esse videoclipe tem que ser visto apenas por homens, só porque é um desfile de mulheres atraentes. – Não por isso! As cenas poderiam funcionar com ambos os sexos e sem que você possa ficar constrangido (a). Quer saber como isso funciona?
Você já ouviu falar em escopofilia? Não?
Na linguagem utilizada nas filmagens desse videoclipe, você observa claramente que o diretor utilizou-se de planos fechados e close-ups para destacar as partes dos corpos de cada modelo, focando nas grandes partes que atraem nos corpos das musas. Claro que alguns expectadores irão ficar maravilhados, como eu. E outros não vão gostar muito disso.
O ser humano tem uma visão bem apurada e consegue assimilar aquilo que o satisfaz. Por isso, o diretor Dougal Wison consegue ironizar as maquetes explicitas de um comercial onde o foco é mais aproximar o cliente que está vendo o entorno do que apresentar o próprio produto. Mesmo que o produto seja manuseado com as modelos em teste, porém, este fica em segundo plano.
Os que os atraem, se deixam seguir pelo intuitivo natural. O prazer de ver está associado a qualquer questão, não esta apenas relacionado ao sexo. A apreciação segura dos nossos instintos pode acontecer em qualquer tema sem que os façam tamanha excitação. Normalmente, funciona bem em cores quentes, com ambientes iluminadas ou locais bastante limitadas de campo de visão.
Aqui a saturação tem a grande vantagem de expor as reações das modelos. O exagero nos lábios atraentes, do suor dos corpos e a visão profunda, é uma mutilação de seguimentos que nos fazem descobrir (e desejar) o proibido.
Aqueles que não gostam, podem se desviar das musas, olhando os percursos das ferramentas que é o único ponto a qual pode atrair. Isso faz com que a linguagem funciona para os dois pontos de vista.
– Esse videoclipe não se reprimiu no exagero e sim, escancara as técnicas manipuladas na frente da tela. Uma técnica escopofílica que brinca com os sensoriais cognitivos do prazer, que resulta no consumismo eficaz. Acredite, para aqueles que não gostam dos vídeos desse tipo, sempre acabam lembrando mais das cenas. O pior é que alguns acabam comprando o produto.
Benny Bennassi é o DJ consagrado no mundo todo com suas batidas e repertórios. São hits que não saem da cabeça de ninguém até hoje. Não foi diferente nesse caso de “Satisfaction”, primeira faixa do álbum Hypnotica de 2003, sucesso nas casas noturnas de todo mundo. O seu irmão Alle Benassi também compôs e produziu a musica. A voz em ”loops” tem a participação da Violete e do baixista Paul French da banda The Biz.
A musica foi febre antes de existir algum videoclipe. Ha duas versões: a primeira versão promocional em que os quatros citados ficam parados olhando…só para você. [LINK].
Direção: Dougal Wilson | Ano: 2003