Por Emmanuel Guimarães do blog Clips & Clipes
Desde “Blank Space”, Taylor Swift vem se lançando em fazer videoclipes com um conceito mais denso, permeados por uma história por trás que faz com você assista várias vezes para perceber o simbolismo do vídeo. Talvez ela tenha começado com este quê narrativo muito antes, iniciei o texto com “Desde “Blank Space” porque foi a partir desse videoclipe que voltei a prestar atenção na cantora.
O conceito e o uso de analogias principalmente por Taylor Swift é uma aposta interessante o que pode ser explicado pelo notável amadurecimento pessoal que se reflete nas composições. Explico, ou pelo menos tento: Taylor tem um bom senso de composição que não devemos subestimar, ou seja, não é nenhuma falta de mérito deixar claro numa música para quem ela foi feita.
Não gosto de comparar artistas com propostas diferentes mas como o objetivo aqui não é o de dizer se uma cantora é boa ou ruim, vamos lá: Adele escreveu o álbum 21 inteiro para o ex-namorado que ferrou com a vida dela e nem por isso recebeu os mesmos estigmas recebidos por Swift. Se Taylor é “puta” pelo fato de escrever sobre seus ex-namorados, Adele e todas as outras divas do pop são tão “putas” quanto, e o fato delas colocarem metáforas nas músicas não as exime disso.
Assim, no clipe da canção “Style”, feita para o ex da cantora, Harry Styles, ela se mostra como uma sombra do passado na vida de um antigo amor. Na verdade, há uma certa dualidade emocional encenada no clipe, pois em alguns momentos não sabemos quem é sombra e quem é assombrando. A canção tem uma certa rapidez, enquanto o clipe subverte o ritmo da música com cenas lentas. É como se estivéssemos vendo fotografias importantes, parando em cada uma e lembrando da situação em que foram tiradas.
Swift se adequa a performance da canção no sentido de que quando se escuta a faixa na ausência da visualidade do clipe, há a evocação de um ambiente de praia ou algo mais urbano remetendo a uma viagem de carro. Além disso, há uma sonoridade indie pop presente na música. O ar nostálgico da música emite ao ouvinte certa melancolia tênue e também se atenta as questões do indie na sonoridade, na referência vintage (citação do ícone James Dean) e no quê retrô de alguns takes. A fotografia de “Style” é impecável e o jeito como a canção permeia o ar parece nos levar para uma dimensão onde as leis físicas caem e passado, presente e futuro se fundem.