Este é um dos vídeo monocromático mais belos já produzidos; o preto e o branco parecem eternos e surreais. O céu está preto; a escuridão paira sobre o vídeo inteiro. O vento sopra. Algumas luzes de relâmpago atravessam essa escuridão. Sinistramente, Thom Yorke fica olhando por cima do ombro, decidindo se deve pular, com os braços esticados, ele pula do topo de uma caravana de trailers. Ele cai em câmera lenta e parece atingir o chão abaixo, o que rapidamente muda para um Yorke deitado em cima de um carro. Ele talvez esteja morto, ou contemplando a morte. O resto da banda interpreta papéis de apoio como personagens ao seu redor, aparecendo fora de sincronia e tempo com ele, congelando e descongelando em seus movimentos.

Yorke disse desta música como a mais sombria. Nesse caso, o diretor Jonathan Glazer nos fornece um conjunto de imagens que correspondem à emoção da música. Glazer é bem conhecido por seus comerciais de TV e pelo uso do monocromático, principalmente no famoso comercial do Guinness do surfista que espera a onda perfeita e os cavalos que surgem do surf.

“Street Spirit” está cheio de símbolos igualmente sombrios: a libélula, o cachorro preso por uma corrente, a árvore escura e as penas sopradas pelo vento. Talvez a imagem mais impressionante seja a levitação, com a imagem final de Yorke pairando no ar. A levitação no misticismo é um sinal de iluminação, de elevar-se acima da natureza e não ser restringida por ela.

Radiohead e Glazer ensinam ao mundo com música e imagem pode resultar na mais sutil das artes. 

Diretor: Jonathan Glazer | Ano: 1996