6 clipes em que George Michael fez história na música pop

Anos 80, Anos 90, Listas | 25 dez 18 - por João Paulo Porto

Há dois anos, exatamente no dia 25 de Dezembro de 2016, morria o cantor e ícone da música pop George Michael. Michael morreu em casa e “em paz” e deixou como legado uma carreira de altos e baixos e com mais de 100 milhões de discos vendidos. Michael foi figura chave na geração que cresceu assistindo clipes na MTV. De certa forma, seus videos eram sempre impactantes e determinaram as tendências visuais ao mesmo tempo que retratavam uma época em que a música pop era mais ousada e divertida.  

Abaixo listamos 6 clipes em que George Michael, o autor da singela “Last Christmas”, fez história. Confira:

O clipe sexual de “I Want Your Sex” (1987)

Quando George decidiu seguir carreira solo, o seu primeiro album foi o arrasa quarteirões Faith. Nele, o cantor escreveu uma canção controversa que foi boicotada por rádios mundo afora por causa de seu cunho sexual. O clipe foi mais além e mostrava um George Michael levantando a bandeira da monogamia. O videoclipe, dirigido por Andy Morahan, contou com a presença da namorada de Michael, Kathy Jeung, para enfatizar que ele estava em um relacionamento monogâmico; em um certo momento, ele usa batom para escrever a frase “explorar a monogamia”. O vídeo gerou controvérsia sobre seus temas sexuais. Uma edição editada passava na MTV durante o dia enquanto a versão original rolava só de madrugada. Hoje em dia, clipes assim passariam despercebidos. 

George Michael lança moda e se torna icone da moda com o clipe de “Faith” (1987)

A jaqueta de couro. Os óculos de aviador. O Jeans ajustado. Michael trocou seu brilhante e divertido visual new wave da era Wham!  por um visual bad boy hetero-alfa do rock n´roll. No clipe, ele aparece rebolando ao lado de uma juke box e isso nunca pareceu tão épico.

O clipe das super modelos dirigido por David Fischer (1990)

As supermodelos Linda EvangelistaNaomi Campbell e Cindy Crawford são as protagonistas do clipe dirigido pelo futuro vencedor do Oscar, David Fincher, o vídeo não continha Michael, mas se concentrou em destruir os símbolos tão intimamente ligados à sua imagem pública: a jaqueta e a jukebox por exemplo. Este é o clipe mais icônico e famoso do cantor e veio como o hino de uma década e uma nova era para a música pop mundial e para a carreira de George, que naquela época passava por uma crise de identidade que atrapalhou e muito sua carreira. 

O clipe de “Outside” e a saída do armário (1998)

Este foi o primeiro single lançado após a prisão de Michael por ter sido flagrado em um ato indecente no banheiro público de um parque em Beverly Hills, Califórnia, em 1998, o vídeo adotou uma abordagem satírica. Vestido com um uniforme da polícia, Michael transforma o banheiro de um homem em uma discoteca, entre cenas de uma série diversa de casais envolvidos em alguns escândalos sexuais em publico ou secretos.

O clipe de “Outside” foi uma resposta sarcástica ao escândalo do banheiro. Apesar de super produzido, O ocorrido atrapalhou e muito a carreira do cantor porque muitos já suspeitavam de sua opção sexual e quando ele veio a púbico assumir, o público e crítica recebeu com ironia. 

“Até o momento de minha prisão, eu era totalmente ingênuo em relação ao grau de homofobia que existe por aí. Quando olho para trás, acho que não há dúvida de que minha carreira teria sido prejudicada se eu tivesse assumido a homossexualidade antes.” George Michael músico, em entrevista ao jornal “The Independent” em 2005. 

O protesto contra Bush e Tony Blair no clipe de “Shoot The Dog” (2002)

Quando George Michael lançou seu single “Shoot the Dog” no Reino Unido em 29 de julho de 2002, já havia passado muitos anos desde que a sua banda Wham! despontou no mundo da música pop, mas esta foi sua primeira incursão no mundo da crítica política. O músico convocou o time de desenhistas do 2DTV para produzir um clipe animado para criticar o comportamento supostamente servil do primeiro-ministro britânico Tony Blair em relação ao presidente dos EUA, George Bush, em alguns assuntos, como a Guerra do Iraque. O video é hilário e auto-explicativo. No entanto, gerou comentários negativos na época, que acusavam o cantor de forçar a barra para aparecer na mídia de qualquer jeito, incluindo aparecer de sunga de oncinha na cama com a mulher do Bush. 

O estrondoso orçamento do clipe de “Freeek!” (2003)

Em 2003, George Michael foi alvo das manchetes mais uma vez por causa do clipe super-produzido de “Freeek!”. Dirigido por Joseph Kahn. Conta com um tema futurista, incluindo cyborgs e tecnologia sofisticada, que lembra o filme Blade Runner, com um tom sexualmente agressivo. Os efeitos de direção no vídeo foram usados pela primeira vez no vídeo de Janet Jackson, “Doesn’t Really Matter”, também dirigido por Kahn. Futuramente o diretor seria responsável pelos clipes arrasa-quarteirões da Taylor Swift

Com um orçamento de produção de US $ 2 milhões (equivalente a US $ 2,59 milhões em 2018), o videoclipe de “Freeek!” chamou atenção pelo orçamento e pelos efeitos especiais megalomaníacos e considerado é o 20º videoclipe mais caro até hoje.

 

João Paulo Porto

Criador do site 1001 Videoclips e apaixonado por The Smiths.