Beyoncé e Jay-Z fecharam o Louvre para transformá-lo em uma boutique sofisticada. A mensagem aberta – sobre a negritude e sua relação com o colonialismo ocidental, sobre o capitalismo negro como ato de subversão radical – é tão sutil quanto alugar o Louvre.
O vídeo desenrola uma imagem surpreendentemente perfeita após a outra, e a coreografia e a direção, de Sidi Larbi Cherkaoui e Ricky Saiz, respectivamente, nos provocam com gestos de rima suficientemente inspiradores.
os Carters se apresentam como um tipo moderno de família real – que não é comandada por um patriarca, mas por dois parceiros iguais. Os outros homens e mulheres que completam o vídeo também adotam uma abordagem mais mútua e fluida de gênero e poder. Os homens são mostrados como graciosos e valentes, as mulheres são matronais e agressivas.
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Mas a escolha do local se torna ainda mais impressionante quando se considera o significado de duas figuras negras poderosas em um espaço tão icônico, que muitos apontaram muitas vezes desconsiderando a arte feita por e retratando pessoas de cor.
Em outro dos momentos mais emblemáticos do vídeo, Beyoncé e seus dançarinos realizam coreografia em frente a uma enorme pintura da coroação de Josephine por Napoleão. Os fãs da cantora aplaudiram mais uma vez sua decisão de comemorar sua própria identidade racial e a de seus dançarinos com a pintura de Napoleão Bonaparte, em segundo plano, principalmente quando você considera que a posição dela na frente da obra de arte faz com que parece que na verdade é Beyoncé que está sendo coroada.
O clipe, lançado de surpresa junto com um álbum maravilhoso – Everything Is Love – marcou época, gerou discursões infinitas nas redes sociais e, como se não bastasse, fez do casal mais poderoso do Show bussiness, mas uma vez, o centro das atenções no cenário musical.
Diretor: Ricky Saiz