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Os melhores videoclipes internacionais de 2016

Listas, Melhor Do Mês | 14 dez 16 - por João Paulo Porto

O videoclipe continua surpreendentemente resistente em face da reviravolta na indústria da música e eles não param de inovar.

2016 foi um ano incrível para o formato. Tivemos o incrível album visual Lemonade da Beyoncé para começar bem o ano. O retorno maravilhoso de Frank Ocean com o clipe polemico de “Nikes”, Solange fez um retornou vibrante com dois clipes deliciosos, e David Bowie disse adeus de forma clássica e elegante.

2016 provou que o videoclipe pode ser uma obra de arte – ou pode entregar uma mensagem, como DJ Shadow e Run The Jewels provou no inesquecível “Nobody Speak”.

Aqui estão os 30 melhores vídeos musicais internacionais de 2016. 

30. Chet Faker, Markus Marr: The Trouble With Us

Diretor: Kinopravada

Apesar de sair em Dezembro de 2015, o clipe da parceria entre Marcus Marr e Chet Faker é um deslumbre visual. De forma sincronizada, dos grupos de casais interpretam as fases de um relacionamento.

 

29. Gwen Stefani: Make Me Like You

Diretora: Sophie Muller

De cair o queixo, o clipe, acredite você ou não, foi gravado ao vivo durante a premiação do Grammy 2016. Ponto para Gwen, sumida dos holofotes há um bom tempo, que resolveu, em 2016, soltar o terceiro album de inéditas de sua fabulosa carreira solo.

28. Beck: Wow

Diretor: Beck e Grady Hall

O clipe de “Wow” do superstar Beck é muito maneiro. Além de imagens surreais do tipo: cavalos em câmera lenta, uma rosa com olhos humanos, animações bizarras, garotos loucões em uma balada e claro, um Beck todo estiloso; o vídeo, dirigido pelo próprio e Grady Hall, também conta com seus dois filhos Cosimo e Tuesday Hansenestrelando como dançarinos.

27. PUP: “Sleep in the Heat”

Diretor: Jeremy Schaulin-Rioux

o herói Finn Wolfhard da incrível série Stranger Things protagoniza o belo clipe do PUP, “Sleep In The Heat”. O clipe mostra a relação entre o menino e seu animal de estimação até seus últimos dias de vida. O melodrama termina com uma montagem de PUP e seus animais de estimação de verdade, incluindo o camaleão Norman (inspiração para a música). As cenas são fortes e verdadeiras.

26. Sia: The Greatest

Diretor: Daniel Askill

O vídeo para o single “The Greatest” mostra mais uma vez as habilidades de Maddie Ziegler como dançarina, e a habilidade de Daniel Askill como diretor. O clipe é uma homenagem às vitimas do casa noturna Pulse, que aconteceu em junho deste ano em Orlando, na Flórida. O video também ganhou uma coreografia espetacular de Ryan Heffington, o mesmo de “Chandelier“, eleito por nós como o melhor videoclipe de 2014

25. Miike Snow “Genghis Kahn”

Diretor: Ninian Doff

“Genghis Khan”, de Miike Snow, é uma faixa indie-pop sobre o ciúme em um relacionamento, mas seu vídeo, uma paródia nada obvia do clássico filme de 007, virou obsessao no Tumbrl. Dirigido por Ninian Doff, trata-se de um musical sobre um bandido melodramático que se apaixona por Bond. “Genghis Khan” imita o cenário e os esquemas de cores dos filmes vintage de Bond . O laser é, obviamente, um retorno à cena icônica de Goldfinger, e o supervilão sem nome e seu nariz protético estão totalmente no ponto.

  

24. ANOHNI: “Drone Bomb Me”

Diretor: Nabil Elderkin

A tristeza encontra beleza – agressivamente, sutilmente, devastadoramente – no clipe de ANOHNI para “Drone Bomb Me”. A supermodelo Naomi Campbell entra em lágrimas por uma jovem que defende a morte depois que um ataque com um drone matou a família – Traduzindo a imagem angustiante com movimentos lânguidos e elegantes. É um ato magnífico, excruciante de empatia às massas anônimas mortas por guerras infinitas.

23. Major Lazer: Light It Up

A tecnologia em prol do videoclipe. Cheio de efeitos especiais de tirar o fôlego, o clipe casa perfeitamente com a atmosfera do som ensolarado e moderno do Major Lazer.

22. Taylor Swift: Out Of The Woods

Diretor: Joseph Kanh

A queridinha dos EUA começou o ano em grande estilo com o clipe de “Out Of The Woods”. Quase um clipe espiritual, nele, sob a direção de Joseph KanhSwift foge de um grupo de lobos selvagens enquanto atravessa bosques sinistros, encara o frio sobre uma montanha coberta de neve e prende a respiração enquanto mergulha nas profundezas do oceano – uma viagem espiritual de auto-descobrimento.
 

21. James Blake: I need A Forest Fire

Diretor: Matt Clark

Dirigido por Matt Clark em colaboração com Chris Davenport, o belíssimo vídeo conceitual brinca com o poder da luz e da sombra para nos levar através de uma série de instalações de arte abstrata em um mundo de borboletas e pássaros. O clipe sintetiza perfeitamente  atmosfera da faixa, que conta com os vocais do maravilhoso Bon Iver.

20. The 1975: Somebody Else

Diretor: Tim Mattia

O The 1975 nos presenteou com um dos melhores álbuns de 2016 – I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware of It. “Somebody Else”, a canção de maior destaque, ganhou um clipe sombrio que conta com referências ao curta “Rabbit”, de David Lynch. Na trama, Matt Healey gasta tempo tentando superar alguém em solidão em ruas desertas ou na parte de trás de um carro, mas quando ele não está sozinho, as coisas só pioram. Ele é espancado depois de sair de um bar, se conecta com uma stripper, e geralmente em cada cenário, ele encontra elementos de auto-obsessão, bem como sentimentos de isolamento. É uma vibe muito diferente do seu vídeo de “The Sound”.

19. DJ Shadow feat. Run The Jewels: Nobody Speak

Diretor: Sam Pilling

Em um ano abalado pela vitória de Donald Trump na eleições presidenciais dos EUA, o Dj shadow lançou o clipe que melhor representa os bastidores dessas eleições. Dirigido por Sam Pilling, o clipe captura um debate politico se transformando aos poucos em um caótico confronto entre políticos e suas opiniões divergentes.

18. OK GO: The One Moment

É claro que o OK GO não brinca em serviço. A banda que nos presenteou com clipes maravilhosos desde o boooom de Here It Goes Again, lançou em 2016 o último (e surpreendente) vídeo para a música “The One Moment”, que levou apenas 4,2 segundos para ser filmado.  O video inteiro – uma série de explosões fantásticas que sincronizam perfeitamente com as batidas da música –  é executado em camera lenta para preencher os mais de quatro minutos da música. Notavelmente, como os vídeos anteriores do OK Go, o grupo consegue sincronizar tudo de forma incrivelmente perfeita usando … Eu não sei, matemática?

17. The xx: On Hold 

Diretor: Alasdair McLellan

O The xx  voltou em 2016 com um clipe que retrata a juventude efervescente de nossos tempos. “On Hold” é um desfile visual de casos amorosos, descobertas sexuais ou simplesmente brincadeiras entre adolescentes. O celebrado trio também compartilha dessas experiências. O clipe foi gravado por Alasdair McLellan e ambientado na cidade de Marfa, no Texas.

16. Blood Orange: Augustine

Diretor: Devonté Hynes

Poderia haver uma imagem mais liberada do que Dev Hynes em um telhado na hora mágica, um céu rosa sobre o horizonte épico de Nova York? Em outra parte desta montagem pictórica, vemos as cores da bandeira da Serra Leoa , seu país de origem, um livro de estudos e a capa da revista Time “After Trayvon”. No Washington Square Park, os corpos “vogando” se misturam com o equilíbrio de uma pintura renascentista. Enquanto isso, a batida exala os ritmos solitários da descoberta que só Nova York permite. O vídeo de “Augustine” é uma oração de gravidade, dor, resiliência, graça. É um lembrete de que, por mais feio que seja o mundo, uma boa música sempre é um remédio eterno.

15. Kanye West: Famous

Caso você tenha dificuldade em separar ficção da realidade, os famosos semi-nus que aparecem no clipe – Taylor Swift, Chris Brown, Donald Trump, George W. Bush, Rihanna, Amber Rose, Caitlyn Jenner, Bill Cosby, Anna Wintour e o próprio West, juntamente com sua esposa, Kim Kardashian – são apenas réplicas muito boas.

 

14. Rihanna: Work [ft. Drake]

Diretores: Director X/Tim Erem

Considerando que todos os vídeos que Rihanna lançou em 2016 foram impressionantes, “Work” não só é maravilhoso em si como também forneceu uma experiência cinematográfica completa e não apenas um complemento à música. Dois vídeos foram gravados, num deles, Drake observa Rihanna dançar, primeiro em um clube esfumaçado e mais tarde sozinho em um quarto iluminado de rosa. Drake continua a seguir Rihanna como um filhote de cachorro, e ela adora a sensação de ser seu chefe.

13. Kanye West: Fade

Diretores: Kanye West, Eli Linnetz

O corpo esculpido de Teyana Taylor é o maior trunfo do clipe de “Fade” de Kanye West. “Tudo o que faço é dançar”, ela disse à Vogue. Sua estonteante performance – vagamente inspirada em Flashdance – foi resultado de um freestyle dancing à pedido do próprio músico. Mas quando você acha que é apenas um vídeo de dança hipnotizante, há aquele retrato de família bizarra: Taylor nua em próteses de gato ao lado de seu bebê e o marido, todos eles cercados por ovelhas reais. Ninguém sabe o que significa, mas é provocativo.

12. Radiohead: Burn The Witch

Diretor: Chris Hopewell

Com direção de Chris Hopewell e feito através de animação stop-motion, inspirado no filme de 1973, O Homem de Palha, o Radiohead retorna grandioso e belo com o clipe de “Burn The Witch”. A banda queria sensibilizar sobre a crise dos refugiados na Europa e a culpa de pessoas diferentes, a culpa dos muçulmanos e a negatividade envolvendo a política europeia atual sobre os imigrantes. 

12. Chemical Brothers feat. Beck: Wide Open

Diretores: Dom&Nic

Exemplo de obra de arte visual fabulosa para a colaboração entre os incríveis Chemical Brothers e o excelente e vencedor do Grammy, Beck. A bela e mais incomum faixa da poderosa dupla de musica eletrônica recebeu um tratamento visual encantador. Nele, uma dançarina desfila passos belamente coreografados enquanto seu corpo se transforma de forma irreversível. Um primor de clipe, que recebeu a direção e coreografia da veterana e incrível equipe Dom & Nic.

11. Coldplay: Up & Up

Diretores Vania Heymann e Gal Muggia

A criatividade explode no fofo clipe dos meninos do Coldplay. O vídeo épico de 4 minutos é preenchido com composições criativas que combinam imagens de uma forma que brinca com a perspectiva. A banda, com a ajuda dos diretores Vania Heymann e Gal Muggia, transformam atividades e imagens aparentemente comuns em algo extraordinário. O de cima está para baixo, o de baixo está para cima.

10. Kendrick Lamar: God Is Gangsta

Diretores: Jack Begert and the little homies

Lamar é uma figura demoníaca neste clipe de sete minutos, que combina duas faixas de sua obra-prima To Pimp a Butterfly em um olhar contundente e lacerante no pecado e a tentação. Abrindo com “U”, Lamar se contorce como um homem possuído; No final do clipe, ele está submerso em uma piscina batismal, mas sua angústia não é lavada. Poderíamos chamar este clipe de o Inferno de Kendrick, e reze para que ele encontre o caminho de volta.

09. Moby & The Void Pacific Choir: Are You Lost In The World Like Me

Diretor: Steve Cutts

Para quem adorou a série original da Netflix Black Mirror, O clipe animado de muito bom gosto para a canção “Are You Lost In The World Like Me”, do projeto do músico Moby & The Void Pacific Choir, é um retrato cruel dos tempos atuais. Tudo que é proposto na elogiada série está lá. O clipe aborda a maneira como as relações humanas são afetadas pela tecnologia e pela ciência, como por exemplo, um simples telefone celular pode servir para uma pessoa revelar o seu lado mais sombrio.

08. Grimes: Kill V. Maim

Diretores: Claire Boucher, Mac Boucher

Grimes é a minha queridinha do momento, não só pela música, mas pela incrível capacidade de produzir clipes musicais incríveis e sempre, sempre inspiradores. Em parceria com o irmão, a canadense cria um ambiente épico absoluto para sua melhor faixa de Artangels. Aqui, Claire Boucher dá ao seu hino mafioso “Kill V. Maim” um grande visual apropriadamente – um thriller maximalista, fantástico com uma equipe heterogênea de freaks de seu underground de Montreal. É um apelo surreal em que a lógica não se aplica.

07. Frank Ocean: Nikes   

Diretor: Tyrone Lebon

“Nikes” marcou o verdadeiro retorno de Frank Ocean ao mundo da música. Ele está de volta, mais velho, mais ousado, encostado em um carro com um delineador pesado, lábios sincronizados enquanto bebia em um copo de isopor. Aqui está a sua transbordante introdução ao Blonde, seu segundo e aguardado álbum de estúdio, apresentando um mundo de carros rápidos, chihuahuas, cavalos brancos, diabos, brilho efervescente, corpos em chama e muita carne. É um clipe apaixonante e imaginativo, que critica o consumismo desenfreado e é exatamente o tipo de Frank que esperávamos que voltasse.

06. Solange: Cranes in the Sky e Don’t Touch My Hair

Diretores: Alan Ferguson e Solange Knowles

A Seat at the Table, surpresa deliciosa da irmã cool da Beyoncé, eleva algo bastante incomum no reino dos vídeos musicais: a quietude. Solange e seu marido Alan Ferguson criam atmosferas reais e delicadas de mulheres e homens negros, desde sete corpos conectados por um vestido roxo, balançando contra uma montanha, a rapazes pulando em torno de um templo com roupas de veludo par mostrar ao mundo a beleza deslumbrante do negro. Os clipes também são uma declaração de fortalecimento pessoal de Solange, como sugere a letra de “Cranes in the Sky”: manter-se ocupado não é necessariamente a melhor cura para a solidão – abrandar e descobrir o próprio poder, por outro lado, pode ser uma sutil declaração de controle.  Num ano promissor para Beyonce, a irmã caçula chega com essas coisas visuais maravilhosas para quem está cansado do exagero visual de Lemonade.

05. The Weeknd: False Alarm

Diretor: Ilya Naishuller

O roubo bancário épico se transforma em uma perseguição em alta velocidade de tirar o fôlego. O clipe para “False Alarm” foi filmado em primeira pessoa e é tipo um curta alucinante protagonizado por Abel Tesfaye. Ilya Naishuller — o diretor por trás do primeiro filme filmado em primeira pessoa, Hardcore: Missão Extrema — dirige o vídeo.

 04. Radiohead: Daydreaming

Diretor: Paul Thomas Anderson

Com as mãos de Paul Thomas Anderson, celebrado diretor independente, o Radiohead presenteia os fãs com o clipe hipnotizante e cheio de mistérios para “Daydreaming” de seu elogiado album A Moon-Shaped Pool. Seria uma viagem através da própria história visual do Radiohead? É a representação visual da  inquietante auto-biografia de York, como cada nova porta se abre para uma cena de seu passado? É a obra mais estranhamente emocionante do diretor Paul Thomas Anderson em muito tempo? O clipe é um comentário sobre nossa inevitável destruição ambiental? Um símbolo da infinitude da Internet?

São essas perguntas sem respostas que tornam este um dos clipes mais desconcertante e complexos de 2016.

03. Jamie XX: Gosh

Diretor: Romain Gavras

Não escondo meu apreço por Romain Gavras, o diretor por trás de clipes como “Born Free” de M.I.A. e Stress do Justice . Não é a toa que o francês bissexto consegue criar peças visuais tão impactantes que te fazem pensar: Como diabos ele fez isso? Neste, ele reune um exercito de crianças chinesas sob o domínio de um negro albino, a estrela magnética do vídeo, Hanssan Kone, um garoto de 17 anos encontrado por Gavras nas ruas de Paris. Ambientado em uma cidade construída como uma réplica de Paris, com sua própria Torre Eiffel e Champs-Élysées, o clipe é de tirar o fôlego e se assemelha a uma cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de um universo alternativo, tudo isso sem utilizar CGI ou efeitos especiais. Apenas um monte de pessoas e um monte de idéias loucas.

02. Beyoncé: Formation 

Assim como fez sua irmã mais nova, Bey lança um clipe que celebra as mulheres negras. Como também critica o abuso policial em New Orleans e o desastre do Furacão Katrina, tudo num clipe só. Ainda conta com participação de sua filha Ivy que aparece com o cabelão nos versos “Eu gosto da minha garota usando baby hair e afro”. Bey percebeu os desafios de ser mulher negra num país extremamente racista e conseguiu traduzir tudo em um belo clipe.

01. David Bowie: Lazarus

Diretor: Johan Renck

Ato final de Bowie é, francamente, difícil de assistir. Não porque ele parece doente, porque ele realmente estava. Aqui ele se depara com o homem cheio de vida que nunca deixou de ser. E o que se esconde sob a superfície deste olhar inabalável é o vazio. Bowie ânsia em prontidão á liberdade que tanto almeja. Mesmo no leito da morte, ele ainda está um passo à frente de todos nós.

João Paulo Porto
João Paulo Porto

Fundador do 1001 Videoclips e louco por The Smiths