O novo álbum do Pink Floyd – The Endless River – acabou de ser lançado e já está acumulando tanto recordes de vendas como críticas negativas de críticos sérios de música internacional que o acusam de ser um desfile de trilha sonora de filmes B. Eu seria suspeito de dar minha opinião sobre o disco mais aguardado dos últimos meses de um das bandas mais incríveis que já surgiram na existência humana. Porém o assunto aqui é videoclipe.
O diretor e antigo colaborador da banda, Po Powell foi o responsável por expressar em imagens a única faixa cantada do disco – que é quase totalmente instrumental. “Louder than Words”, segundo a letrista e jornalista Polly Samson, esposa de Gilmour, é uma reflexão sobre a saga dos quase 50 anos de duração da banda que nos trouxe a magnifica obra-prima atemporal The Dark Side Of The Moon. Porém o que deixa claro na letra de “Louder” é que o os instrumentos musicais se comunicavam melhor entre os membros da banda.
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Segundo a ‘Rolling Stone‘ americana, o diretor Po Powell fez uma viagem de 18 horas e enfrentou temperaturas abaixo de zero para capturar imagens para o videoclipe. As maioria das imagens foram capturadas na costa do mar do Aral, na fronteira entre o Cazaquistão e o Uzbequistão. Ele teve a idéia quando viu uma imagem de navios enferrujados deitado na areia, onde o rio costumava fluir.
“Uma imagem surreal, se alguma vez eu já vi (…) e um exemplo chocante da má gestão humana e um dos piores desastres ambientais do planeta… O rio foi reduzido a 10 por cento do seu tamanho original, destruindo a indústria da pesca e da navegação” – diz o Diretor.
O diretor também revelou ao site que as sessões de gravações foram desafiadoras, devido a localização remota.
“Os navios ficam a mais duas horas de carro por estradas ásperas esculpidas através do antigo leito do mar. O tempo estava sombrio – Nevava por algum tempo e depois um frio de 10 graus abaixo de zero, com ventos fortes. (…) No entanto, o sol brilhou por algumas horas a cada dia e filmamos como se nossas vidas dependessem disso”.
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O esforço e dedicação valeram a pena. Talvez este seja o clipe mais belo e poético do Pink Floyd. Seja pelas belas imagens de tirar o fôlego, seja pelas imagens de computador alucinantes ou pelas cenas de estúdio que exaltam os membros remanescentes David Gilmour e Nick Manson assim como o tecladista morto em 2008, Rick Wright, ou seja pela impecável direção de Po Powell que soube, como poucos captar a atmosfera e grandiosidade do som do Pink Floyd. Este é um videoclipe para ser lembrado em 2014.